Descobrimentos antigos














 






Reinos antes da chegada dos portugueses à Guiné

« O Ghana ocupava a região situada entre os rios Senegal e Níger; Julien considera que, na primeira metade do século XI, ele se estendia do Atlântico ao Níger e do Tekrur ao Sahara (21)fundado por gente de língua soninké, pertencente ao grupo étnico saracolé ou soninké, é identificado com o antigo império soninké de Wagadu. Como refere Monteil, a história do Sudão assenta em tribos muito interligadas, e por isso se usam nomenclaturas que, parecendo corresponder a realidades humanas e geográficas muito diferenciadas, representam afinal grandes afinidades.(22) A autoridade do soberano de Ghana exercia-se não apenas sobre os Saracolê, mas também sobre uma parte das populações berberes do deserto, submetidas por grandes campanhas. É possível que a superioridade militar de Ghana resultasse da utilização de armas de ferro, desconhecidas das populações vizinhas. 
Lê-se em Monteil (23)que, segundo afirma Al-Bakri, Ghana é, simultaneamente, o nome de um império negro do Sudão, da respectiva capital, e o título do soberano. Consideram alguns autores que' foi o primeiro da África Ocidental a ser conhecido: mencionado aproximadamente desde o século VIII pelas fontes árabes, 'já contava, nessa data, com vários séculos de idade" (24)Refere Julien (25) que teria sido fundado no século IVSobre ele escreviam os autores árabes que era um reino imenso e poderoso, a que todos em redor prestavam vassalagem. Tal poder resultava, em grande parte, e como já dito, da importância do seu comércio. Saliente-se o facto de estar numa encruzilhada de rotas. O comércio do ouro das minas de Bambuk era fulcral pois permitia obter "os panos, os coiros, os cauris (búzios-moeda), as jóias, as tâmaras e os figos. Do Sahara vinha o produto que mais falta fazia no Sudão, o sal. É possível que o tráfico de escravos se efectuasse já." (26)  Como o Ghana, também os impérios subsaharianos seguintes tinham o seu poderio assente na agricultura desenvolvida no vale do rio Níger, no controlo que exerciam como intermediários do comércio realizado entre os Árabes do Norte de África, as minas de sal do Sahara, 'as minas de ouro das florestas da Guiné, e na possibilidade de defesa e manutenção dos territórios que a savana, desarborizada, permitindo às tropas atravessá-la rapidamente, garante. Também a adopção da fé islâmica terá tido importância, contribuindo o Islão com escritos e com a língua árabe para que os impérios sudaneses se tornassem conhecidos centros de saber e de cultura (27)
Para alguns autores, a população de Ghana era no início cristã, enquanto que, para outros (por exemplo, Al-Bakr i), na maioria pagã e idólatra; primeiro Animista, teria sido depois islamizada. Sendo pagão o soberano de Ghana, muitos dos seus mais importantes funcionários eram Muçulmanos; aliás, eram numerosos os estrangeiros dessa confissão estabelecidos em Ghana, ocupando no final do século XI uma área habitacional própria com doze mesquitas (28)A introdução do Islão nos reinos sub-saharianos determinou a coexistência e diferenciação de muçulmanos e não-muçulmanos, estando as cidades, por norma, divididas em duas partes distintas, a «cidade dos comerciantes» e a «cidade real», por vezes distanciadas entre si vários quilómetros: 
"( ... ) a capital do Gana é formada por duas cidades situadas na planície. Uma delas é habitada por muçulmanos. É grande e possui uma dúzia de mesquitas, cada uma com ímãs e recitadores pagos do Corão. Também existem jurisconsultos e sábios. ( ... ) A cidade real fica a seis milhas de distância e a área entre as duas é coberta por habitações. ( ... ) Na cidade do rei, que não fica longe da corte, encontra-se uma mesquita destinada aos muçulmanos em missão que visitam o rei. ( ... )"  Al-Bakri(29) 
(…)
Aproximadamente em 1020, as tribos Sanhadja do Deserto ocidental, sob o comando de Abdalla Abu Muhammad (32), unem-se para resistir às invasões dos Soninké; após ter feito a peregrinação a Meca, aquele conduziu a "djihad" contra Negros e Berberes pagãos. Foi sucedido por Yahia ibn Ibrahirn, do ramo Jedala dos Sanhadja (região entre Lantuna e o Atlântico): Aquando da peregrinação a Meca, estabeleceu contactos que lhe permitiram ser apresentado a Wagag de Sijilmasa, o qual persuadiu um dos seus discípulos, Abdullah ibn Yacin, a afrontar as privações da vida no deserto, acompanhando Yahia no regresso (33);. Muçulmanos só de nome, os membros da tribo de Yahia acharam inaceitável a austera doutrina do ascético Yacin, ressentindo-se das restrições que ele tentou impor-lhes. Sendo expulso, apenas acompanhado por dois piedosos seguidores lantunas, encontrou o isolamento numa ilha ou península do rio Senegal, onde viveu afastado de tudo. Tal conduta granjeou-lhe simpatia e atraiu membros das tribos vizinhas. Conseguindo reunir 1000 discípulos, atribuiu-lhes o nome de 'Al-Murâbitun ', que significa "marabús" (34), e dá origem à designação pela qual se tornam conhecidos: Almorávidas. Em 1042, iniciam a "djihad" sob o comando de Yacin, e, embora façam conversões, vão angariar grande número de inimigos. Em face da austeridade do líder que proíbe todos os excessos (pilhagens e outros), os seus seguidores vão rebelar-se contra ele. O mestre de Yacin, Wagag, junto de quem se refugiou, ameaça de expulsão da comunidade islâmica todos os que recusem obediência ao seu discípulo; este regressa ao deserto, com ordens para matar os opositores. Os Almorávidas serão então organizados num efectivo de 30.000 indivíduos, imbuídos do fervor religioso do líder (35). 
Este movimento dos Almorávidas que, durante um século, se lançou à conquista do Norte de África e da Península Ibérica, deu origem à constituição de um considerável império, abrangendo desde o Senegal até ao Ebro. Conseguiram estabelecer alianças com países negros, e, em particular, com os reinos soninkés que permitiam a circulação das caravanas oriundas do Magrebe, levando assim a religião islâmica até ao Sudão. Um importante paralelo pode estabelecer-se entre a «djihad» da África Ocidental, nos séculos XVII e XIX, e o movimento almorávida: este "aparece como unificador, senão como desenvolvimento [usar, nas franjas do mundo Soninké e vizinhança das regiões sahelianas." (36) 
Primeira tentativa desencadeada por Berberes com o objectivo de fundar um império islâmico, instruído numa ortodoxia de rito malikita, movimento almorávida estabelece Islão sunita na África Ocidental. Outros esforços foram feitos nesse sentido, por exemplo pelos Almóadas. Almorávidas e Almóadas conseguem portanto controlar, em nome de uma ideologia religiosa islâmica, parte do Magrebe e da Península Ibéricadoutrina de um dirigente religioso que reproduz com os próprios companheiros os modelos de vida do Profeta e da comunidade primitiva do Islão confere unidade ao movimento (37)
Será já sob o comando de Abu Bakr que os Almorávidas tomam posse de Ghana; os seus habitantes são forçados à conversão. Após a morte de Bakr, em 1087, e, em consequência da desagregação do Império Almorávida (a perspectiva doutrinária em que se baseia é tão exclusivista que não lhe permite garantir a coesão entre grupos tribais (38))Ghana readquire a independência. A fragmentação das suas províncias não lhe permitiu, todavia, garantir a primitiva importância. Kelvin Tarrance aponta diversos factores para explicar o colapso de Ghana: a destruição da respectiva capital, em 1076, pelos Muçulmanos (39)os raides efectuados por Judeus nómadas do Sahara; o poder ascendente do antigo Mali; o declínio do comércio decorrente da falta de segurança; a guerra civil e os fracos líderes. 
Com efeito, depois da decadência de Ghana, outro império surge, resultante de um novo arranjo das forças locais: o Mali. Estado medieval cuja presença antecede a do Império Soninké, tornar-se-á um vasto e poderoso império negro que, ganhando proeminência no século XIII, sucede a Ghana na África Ocidental. Foi fundado por Sundiata Keita, líder ("Uli") do povo mandinga, mandé ou malinké, soberano dos Malinkés do Alto Níger com o título de "Mansa". "Mandé", no respectivo dialecto, significa "Mali". Sobre a sua história, considera Bovill (40) que o conhecimento se limita a fragmentos dispersos dos escritos dos autores árabes, acrescentando ainda que, destes, apenas Ibn Battuta terá visitado o Sudão. No entanto, além desses escritos, podem apontar-se também as tradições orais. Categorias complementares embora representando pontos de vista diferentes: enquanto nas tradições orais predominam os temas tradicionais africanos, nos escritos árabes enfatizam-se os aspectos do Islão. 
Entretanto, com a desagregação do Império de Ghana no período almorávida, algumas das suas províncias tornaram-se independentes. Um dos reinos que se destaca, pela importância adquirida, é o Sosso (grupo soninké animista, representando a reacção tradicional ao Islão), que se expande sob a dinastia de Kanré. Soumaro Kanté conquistou territórios a Norte e a Sul, nomeadamente as chefaturas ou reinos mandingas. A libertação destes foi conseguida por Sundiata Keita que, apoiado por todos os adversários de Soumaro Kanté, o derrotou na batalha de Kirina, em 1235. Ao vencer os Sossos, o fundador do Império do Mali lança as bases de uma nova hegemonia
O Mali distingue-se dos outros impérios sub-saharianos ou sudaneses pela grande expansão e pelo prestígio adquirido, não apenas em África, mas também na Europa. Com efeito, às regiões povoadas por Mandingas juntaram-se outras cujas populações pagavam tributo ao "Mansa"; nessas regiões, o potentado era representado por governadores a quem se atribuía o título de "Farim". O prestígio adquirido resulta, pelo menos em parte, do papel desempenhado pelo "Uli" Sundiata do Mali, que expandiu o território em todas as direcções. Serão em extremo importantes as suas conquistas, afirmando Julien (41) que no reinado de Sundiata (1230-1255) a dinastia mandinga de Keita se torna soberana de um vasto domínio: submeteu o Sosso e o Ghana até ao Futa-Djalon, estendendo o controlo ao Futa senegalês e ao Médio Níger. Sundiata estabelece a nova capital no Sankarani, Niani ou Mali
Para além do destaque que é devido a Sundiata pelas capacidades guerreiras e de conquista, é de salientar a sua acção em prol da agricultura, da indústria e do comércio: as primeiras mediante a introdução da cultura do algodão e da tecelagem, o último com o incremento da exploração das minas de ouro de Bambuk e do Buré, situadas respectivamente perto do curso médio e do curso superior dos rios Senegal e Níger. Assim era possível aos Malinkés, melhor que aos imperadores de Ghana, controlar as minas de ouro (42)Simultaneamente, dominavam também de forma mais eficaz os eixos fluviais e as rotas de comércio com origem no Sahara.
Controlaram a quase totalidade do comércio trans-sahariano. 
No seu apogeu, entre os séculos XIII e XIV, o império medieval do Mali expandiu-se e as suas fronteiras a Oeste tocavam o Atlântico, enquanto a Leste ultrapassavam a grande curva do rio Níger. Deste modo, o poderoso Estado integrava não só uma área correspondente actualmente à República do Mali bem como às das Repúblicas do Senegal, Gâmbia e Níger. 
Estado bem organizado, no século XIV o Mali adquiriu um poder superior ao detido outrora pelo Ghana, tal se justificando em parte, como já mencionado, pelo volume do comércio do ouro, que atingiria o auge no reinado do "Mansa" Musa, neto de Sundiata Keita. AI' Umari, um viajante árabe, no começo do século XIV refere a corte daquele "Mansa" com certa ênfase, como acontecera quase três séculos antes, então acerca do Ghana, com Al-Bakrí: 
"( ... ) O sultão preside no seu palácio numa grande varanda onde se encontra um enorme trono de ébano feito para uma pessoa alta e corpulenta; O' sultão é ladeado por duas presas de elefante viradas uma para a outra, e as suas armas, todas em ouro, são colocadas ao pé dele: sabre, lanças, carcâs, arco e flechas. ( ... ) Uma grande quantidade de pagens turcos, ou de outras nacionalidades, que são comprados no Cairo, mantém se postada atrás dele. Um deles, à sua esquerda, segura uma sombrinha de seda em forma de cúpula com um falcão de ouro em cima. ( ... )" Ai' Umari (43) 
À semelhança de Al-Bakri e Al' Umari, também o marroquino Ibn Battuta, ao visitar o Mali e a sua corte, em 1352, no reinado do sucessor do "Mansa" Sulayman, sucessor de Musa, deixou uma descrição da capital do Império com considerável pormenor, embora seja impossível, com base no seu relato, localizá-la concretamente. (44) 
Sendo o comércio do Mali muito próspero, a região era visitada por inúmeros mercadores estrangeiros, em particular do Magrebe, cujos relatos serão testemunhos da história dos impérios sudaneses. Foi sob a influência daqueles comerciantes que os "Mansas" do Mali se converteram ao Islamismo. Desde a primeira metade do século XIII, depois da vitória contra os Sossos, o término do comércio transsahariano, onde o Islão floresce, torna-se parte do Mali e faz a ligação com as áreas muçulmanas a Norte do Sahara" (45). 
O povo, sobretudo no meio rural, não obstante a conversão dos "Mansas" manteve-se votado à religião tradicional. Monteil (46) refere que, segundo Al-Bakri, no século XI, o povo vivia na idolatria; também no século XI, de acordo com Al-Idrisi, se pode falar em Judeus na cidade do Mali; Sundiata, o fundador, é visto como rei mágico nas tradições orais; no séc. XIV, Ibn Battuta, menciona a persistência das crenças tradicionais. Sobre a conversão de Sundiata, "originário de um meio de sociedades de caçadores, possuidor de poderes físicos e mágicos, celebrado com uma estruturada tradição épica" (47), os autores não são, de modo nenhum, unânimes: enquanto uns a contestam, outros afirmam que é provável; mesmo entre aqueles que aceitam a ideia da conversão, com frequência a consideram apenas formal. 
A islamização dizia respeito mormente aos chefes: Al-Bakri refere, no século Xl, a conversão de um rei do Mali por um marabú; Ibn Battuta menciona a conversão de Sundiata, no início do século XIII; no século XIV, o "Mansa" Kango Mussa fez a Peregrinação e algumas testemunhas contemporâneas afirmam que ele era Muçulmano do rito maliquita. 
Acerca do "Mansa" Musa, no início do século XIV (apogeu da dinastia dos Keita), afirma-se ainda que terá atraído à sua capital "( ... ) os jurisconsultos e os comentadores do Corão, Egípcios e Marroquinos ( ... ) No regresso da sua peregrinação a Meca ( ... ) nasce uma arquitectura sudanesa renovada pela inspiração magrebina ( ... ). A estadia no Oriente, principalmente no Cairo, contribui para intensificar as relações entre o Sudão e o Egipto e favorecer a influência oriental na África Ocidental” (48)l. As Peregrinações realizadas pelos soberanos da África Ocidental, sobretudo os mais poderosos, tornam-se uma tradição. A notoriedade da do "Mansa" Musa contribuiu para a fama do próprio Império do Mali: "Ia acompanhado de 60.000 pessoas - 12.000 servos, 500 escravos (cada um transportando ouro), e 80 camelos carregando mais de duas toneladas de ouro para ser distribuído entre os pobres" (49)9Afirma Monteil (50) que, sobretudo depois desta peregrinação, muitos estrangeiros vieram instalar-se no Mali, explorando o ouro, desenvolvendo trocas comerciais, sobretudo escravos, constituindo famílias e contribuindo para difundir o Islão; deste modo, a expansão do Mali é sinónimo da expansão do Islão. Recorde-se uma vez mais que, com o "Mansa" Musa, os contactos entre o Sudão, mormente o Mali, e o Egipto, se tornaram cada vez mais intensos. 
(…)
Tombuctu, o maior centro de comércio, foi fundada cerca do século XI pelos Tuaregues (53) (por alguns autores considerados povos berberes)(54)4nómadas habitantes do Sahara central. Ter-se-á tornado um entreposto comercial da maior importância em consequência da sua privilegiada posição entre o deserto do Sahara e o rio Níger; assumirá, desde a fundação, um importante papel na história do Sudão. Tal como Djenne, torna-se também um importante centro cultural do Islão, sobretudo a partir do século XIV; cidade de letrados e de sábios, com numerosas bibliotecas, é, com frequência, mencionada nas fontes árabes. Cerca de 1433-34, em consequência de o Mali ter perdido a região. do Sahel, é retomada pelos Tuaregues. Quando um Estado forte (períodos de Ghana no século XI, Mali no século XIV, e Songhay no século XVI) dominava o Sahel, a sua autoridade estendia-se sobre os Tuaregues do Sahara; entre esses períodos, os pastores pressionavam o Sul. O mais importante e último avanço dos Tuaregues no Níger começou, na segunda metade do século XVII, com o declínio do poder do "Pashalik" de Tombuctu"
(55). 
No final do século XIV, o Mali começa a enfraquecer, consequência das divergências internas, da guerra civil, e de sucessores menos hábeis. O vazio deixado pelo Mali (cujo poder nunca mais leve semelhante em nenhum império africano) permite o desenvolvimento do Songhay, reino existente na foz do rio Níger desde o tempo de Ghana, fundado por Berberes Lantuna e dominado pelo próprio Mali durante o reinado do "Mansa" Musa. O Império do Mali dá assim lugar no final do século XIV a um reino de importância local e a múltiplas unidades regionais. "Éatravés de uma dessas unidades, na direcção da Gâmbia, que os Portugueses, explorando o território por etapas desde o século XV, se tornam conhecedores da existência do reino dos Mandingas ( ... )" (56). 
Songhay é o terceiro dos três grandes impérios medievais, localizados a Sul do Sahara, no antigo Sudão. O seu chefe, Za Aliamen, estabeleceu a capital em Kukia (sobre cuja legalização persistem dúvidas), tornando-se ele próprio o primeiro rei berbere do Songhay. A primeira dinastia songhay (57) (de que se sabe pouco) é a dos Za ou Dya, apenas sendo possível, através das crónicas locais, obter o nome dos soberanos. Em 690, Sorko Faran, expulso de Kukia pelos Songhay, fundou Sorko; uma parte da respectiva população, conduzida por Faran Ber, estabeleceu um reino independente em Gao, nas margens do Níger. Não obstante, aproximadamente em 890, os Lantuna de Kukia conquistam Gao, após constantes conflitos. A capital foi transferida de Kukia para Gao (58), também designada nas crónicas árabes como Kaukau, Kawkaw, Kookou, Kankou ou Kounkou. Gao, importante centro de comércio da África Ocidental, era frequentada por viajantes do Magrebe, cujas caravanas vinham à procura do ouro; vai tornar-se rival de Ghana (localizada a Oeste) no que refere ao comércio, em consequência das trocas realizadas com os nómadas berberes. O Islão era difundido pelos comerciantes, sendo a cidade, à semelhança de Ghana, dividida em duas partes distintas, uma das quais muçulmana: 
"Kawkaw consiste em duas cidades, uma é a residência do rei e a outra é habitada por muçulmanos. "  AI-Bakri (59)  quinto soberano da dinastia Za ter-se-á convertido ao Islão. 
Várias descrições (60)0 apontam a conversão dos soberanos e aspectos relativos à mesma: 
"O rei deste povo dá aos seus súbditos exemplo da fé do Islão e, a maioria, seguelhe o exemplo. " 
AI-Muhallabi 
Al-Muhallabi acrescenta que existem duas cidades: uma, a Leste do Níger, onde se encontravam os mercados, frequentada por estrangeiros; outra, a Oeste, "onde rei vive com os nobres e os mais chegados. Tem uma mesquita onde reza, enquanto povo tem a sua própria Musallá entre as duas madrasas. " AI-Bakri, na sua descrição, narra que "quando um novo rei sobe ao trono, é-lhe dada uma sela, uma espada e um Corão ... rei professa a fé islâmica e nunca confia a autoridade suprema senão a muçulmanos. " 
Da história do Songhay são mais significativas as informações a partir de 1325, ano em que o Mali submete o reino ao pagamento de tributo, tornando-o vassalo. Em 1324, aquando do regresso do soberano do Mali, "Mansa" Musa, da Peregrinação, Gao teria sido capturada por Sagamandia, general do dito potentado. Em 1464 ou 1465, Sunni Ali (61) tomou o poder e reconquistou a independência ao libertar o Songhay da tutela do Mali, escusando-se ao pagamento de tributo. O reinado de Sonrii ou Sunni Ali (Ali-ber, Ali o Grande) durou vinte e oito anos (1464/5-1492) e, sob a sua liderança, os Malianos são expulsos de Tombuctu (1468) e Djenne (1473), ligações privilegiadas com o Norte de África. Iniciou a expansão do Songhay, conduzindo o Império ao apogeu. Ter-se-á revelado um chefe político e militar com ligação muito superficial ao Islão, convertendo-se por conveniência, em prol das relações políticas e económicas com os Muçulmanos. Aliás, ao conquistar o território em torno do Níger, tomando Tombuctu em 1468, assumiu grande severidade para com os sábios e letrados islâmicos, num período de perseguição aos Muçulmanos (que fugiram em grande número para Oualata) e de ressurgimento do paganismo na tradição sudanesa. Surmi Ali morre em 1492, sucedendo-lhe o seu filho (62)Abu Bakr ou Sonni Bâro. 
Logo após a sucessão, este último foi obrigado a enfrentar poderoso adversário, o Muçulmano soninké chamado Mamadu Turê, que fora dos principais chefes militares de Sunni Ali (63). Mamadu Turé, derrotando o sucessor de Sunni Ali na batalha de Angoo, entra em Gao e proclama-se rei do Songhay. É com o apoio da elite urbana e letrada de Tombuctu que ele, em 1493, inaugura uma nova dinastia, a Askiya, a qual assumiu a condução do Songay durante um século. O seu reinado durou cerca de quarenta anos, de 1493 a 1528, data em que foi destronado pelo primogénito. 
O Songhay, alimentado pelo comércio de longa distância, beneficiando directamente das fortes ligações com o Egipto, torna-se o novo centro dinâmico do Sudão Ocidental (64)" Embora muitas das suas conquistas sejam efémeras, tal obrigando a sucessivas campanhas nas mesmas áreas, é inegável que o Songhay ganhou a dimensão de um verdadeiro império; segundo Julien, englobava "o Baixo-Senegal a oeste, Air e o Bornu a leste, uma parte de Sahara a norte, tocando, a sul, Ségu" (65).Deste modo tornou tributárias "terras tão distantes como Galam no rio Senegal a oeste e o maciço de Air a leste". (66) Atingindo grande proeminência no final do século XV e, sobretudo, no século XVI, tornou-se o maior dos antigos impérios medievais. O Islão avança nele; atinge um ponto alto, resistindo todavia a essa progressão os Mossis e os Fulas do Fura-Toro, devotados ao paganismo. 
O "Askiya" Muhammad realizou, no início do seu reinado, em 1497, a peregrinação a Meca: "A sua escolta consistia em 500 elementos de cavalaria e 1000 de infantaria e ele carregava consigo 300.000 peças de ouro do tesouro deixado por Sunni Ali. Desta soma, 100.000 peças foram deixadas para fundações de caridade nas Cidades Santas" (67)Ao cumprir aquele preceito religioso, atrai os letrados e os teólogos com quem, aliás, procurou sempre estabelecer boas relações, garantindo-lhes privilégios. Constituiu um Estado islâmico (com os problemas inerentes à inserção numa área maioritariamente pagã), ficando a administração da justiça assente na lei corânica. Foram criadas mesquitas e escolas, verificando-se grandes progressos no ensino, que atrai indivíduos oriundos do Magrebe e até da Europa para frequentar a Universidade Sankore, localizada em Tombuctu, na qual podiam consultar-se bibliotecas, manuscritos árabes e os conhecedores de diversas matérias, pagos pelo próprio soberano. Tombuctu, depois das perseguições desenvolvidas durante o reinado de Sunni Ali, atinge no reinado do "Askiya" Muhamrnad o apogeu e máximo renome como centro de cultura e ensino islâmicos da África Ocidental. Através dos escritos de Ahmad Baba e das crónicas de Tombuctu ('Ta' rikh al-Sudan" e 'Ta' rikh alFattash") do século XVII, pode fazer-se a história de Songhay e de Tombuctu na sua mais brilhante fase. Os comerciantes, oriundos da Ásia, do Médio Oriente e da Europa, vinham ali buscar o ouro e os escravos em troca de outras mercadorias consideradas exóticas. O soberano introduziu um sistema de organização administrativa nunca visto antes no Sudão Ocidental. As suas iniciativas mais importantes prendem-se com a criação de um sistema de impostos, o incremento do sistema bancário e de crédito, o incentivo do comércio estrangeiro, um sistema universal de pesos e medidas e a reorganização de forças profissionais com extensões em todos os pontos do império; é criada uma polícia regular e instalada uma esquadra no Níger. Em termos económicos, são também importantes a exploração das salinas de Teghaza (cobiçadas por Marrocos (68) e o incremento da agricultura. 
Com a morte do "Askiya" Muhammad iniciou-se o declínio do Império; as lutas internas pela sucessão fragilizam-no e expõem-no às forças estrangeiras. Enfraquecido pela guerra civil de 1588, o Songhay torna-se alvo fácil de uma expedição enviada em 1591 pelo Sultão de Marrocos. Ahmad al-Mansur, sob comando de Basha Djawdãr. O objectivo de Al-Mansur era criar um império que lhe permitisse controlar directamente as fontes do ouro, do sal e dos escravos do Sudão. Apesar da resistência songhay, sobretudo a Sul (Deridi) , O Império é destruído pela força marroquina e desmembrado em múltiplos Estados de pequena dimensão. Considera-se que com a conquista marroquina termina o sistema dos impérios da África Ocidental. 
Em meados do século XVII, sucedem-se as intervenções de Tuaregues que, ocupando Gao e Tombuctu, assumem o controlo da área. 
2. Tomadas pela invasão marroquina as maiores cidades do império (Songhay, Gao, Tombuctu e Djenne). este é aniquilado. No início, os pachás que governavam as cidades. pelo menos as mais importantes, eram nomeados pelo Sultão de Marrocos. Depois, os descendentes dos invasores marroquinos. mestiçando-se com os Negros da antiga aristocracia local, criam uma casta militar hereditária designada «Arma», independente (real ou nominalmente) de Marrocos, de 1612 até 1660. A administração, abandonada entretanto a cidade de Gao, encontrava-se em Tornbuctu. O expansionismo marroquino, além de fazer colapsar o último grande estado sub-sahariano, origina, em paralelo. a regressão do comércio e das cidades cuja riqueza e expansão dependiam do império. 
(…)
21   Julien, Ch-Andre, ob. cit., pág. 70. 
22   Monteil, Vincent - "ISLAM NOIR", ColL Esprit «Fro n tiêre Ouverte», Éditions du Seuil, Paris, 1964, págs. 59 e 60. 
23   Segundo Moriteil , Ghana não teria senão um historiador válido, AlBakri (Idem, pág. GO). 
24   Dias, JilI R. - "ÃFRICA :\1AS VÉSPERAS DO MUNDO MODERNO", Comissão Nacional Para As Comemorações Dos Descobrimentos Portugueses, Lisboa, 1992, pág. 79.  25 Juliell, Ch-Andre, ob. cit., pág. 69. 
26  Idem, pág. 70. 
27  Dunean, Don avan - "\\'EST AFRICAN KINGDOMS", Mira Costa Comrnunity College, 30 de Abril de ]997 (http.,: /ww2.csusm.edu/ Black_Excellence / documents/ pg-g-m-s-empires.html). 
28  H Julien, Ch-Andre, ob. cit., pág. 70. 
29  Extracto da descrição de Al-Bakri in Dias, Jill R., ob.cit. nota 24, pág. 79. 
30  Triaud, J. L., ob. cit., pág. 756.  31 Idem, pág. 753. 
32            O nome original era Tarsi na, que mudou aquando da sua conversão ao Islão. 
33            Suret-Canale diz que, segundo Al-Bakri, na primeira metade do século XI, o chefe da tribo Djoddala (Sanhadjas da zona costeira atlântica) teria feito vir do Ylagrehe um pregador muçulmano chamado Ibn Yassin (Suret-Canale, Jean - "AFRIQUE NorRE - Géographie, Civilisations, Histoire ", La Culture et Les Hornmes, Éditions Socialcs, Paris, HJ61, pág. 152). 
34            Para Bovill, 'Al-Murâbitun ' significa "marabu" (Bovill, E. '''Ir., ob. cit., pág. 48). Suret-Canal« afirma que do termo 'r ibar ' provem a designação de Almorávidas ou 'Al-Murâbi tun ' (aqueles que estão isolados num convento, num 'r ibat') e a de marabu (Suret-Canale, Jean, ob, cit., pág. ] 52). 
35            Bovill, E. \"-T., ob, ci t., págs. 45 a 48. 
36            Tríaud, J. L., ob. cit., pág. 755. 
37            Mantrand, Robert, oh. cit., pág. 16. 
38            Idem. 
39            Outros autores con side ram que a capital do Império permaneceu, durante um longo período de tempo, como centro de comércio da maior importância, próspera cidade inteiramente muçulmana.  40 Bovill, E. W., ob, cit., pág. 67. 
41 Julien, Ch-Andre, oh. cit., pág. 72.  42 Idem, pág. 81. 
43  Do texto se destacam, para além do esplendor e fausto da corte do Sultão, a escravatura, parte integrante da estrutura social do Império do Mali (Idem, págs. 83 e 84). 
44  Triaud, J. L., ob, cit., pág. 756. 
45  Levtzion , N. - "MALI", The Encyclopaedia Df Islarn - New Edition,  Leiden, E. J. Brill, 1991, Vol. VI, pág. 258. 
46  Mont.eil, Vincent, ob. cit., pág. 65. 
47  Triaud, J. L., ob. cit., pág. 756. 
4R Julien, Ch-Andre, ob. cit., pág. 72. 
49   Tarrance.Kelvin - "MALI", 15 de Abril de 1996 (URL: http:/ / ... vww.orat.ilstu.edu,' students/kgtarra/); (http:/ / asu.alasu.edu/ academic/ advstudies / lc.ht.ml). 
50   Monteil, Vince n t, ob. cit., pág. 66. , 51 Levtzion, N., ob. cit.. pág. 258. 
52           Extracto da descrição dos habitantes do Mali, segundo Ibn Battuta in Mantrand, Robert, ob. cit., pág. 116. 
53           Fundada cerca do século XII pelos Tuaregues como acampamento durante a estação seca; esse ponto era designado por "Tin-Bouctou" Clugar de Bouctou"): em 1100, com a sedcntarizaçâo de algumas famílias, o acampamento dá lugar à cidade (Delafosse, Maurice - "HISTOIRE DE I.'AFRIQCE OCCIDENTALE FRAl\'ÇAISE", Librarie Delagrave, Paris, 1926, pág. 137). Fundada no início do século XII pelas tribos tuaregues (Triaud, J. L., ob. cit., pág. 757). Criada pelos Tuaregues no século XIII, foi primeiro um simples acampamento de Inverno (Suret-Canalc, Jean, ob. cit., pág.158). Fundada cerca de 1100 pelos Tuaregues nómadas como entreposto (julv, Robert W. - "A HISTORY OF THE AFRICAN PEOPLE", Charles Scribncrdn ' s Sons: New York, Nova Iorque, 1970, pág. 59). 
54           Bovill afirma que, segundo Ibn Kbaldun, os Berberes dividem-se em Zenata, Beranes e Madghis. Divide os Beranes em vários grupos, entre eles quatro (Lernta, Sanhaja, Ketama e Auriga) a que chama "Muleththemin", i.e. 'Tuarcgu" (Bovill, E. W., ob. ci t., págs. 25 e 26). Os nobres Tuaregues eram de origem berbere (Iliffe , John - "AFRICANS - THE HISTORY OF A CONTlNENT", Cambridge t: University Press, Cambridge, 1996, pág. 82). Dá-se esta designação aos povos berberes, nómadas, que habitam o Sanara cen trai, embora em rigor se devesse restringir às populações do Fezzan ("TUAREGUES" in Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Editorial Enciclopédia Limitada, Lisboa-Rio de Janeiro, VaI. XXXIII, pág. 106).  55 Levtzion, 01., ob. cit., pág. 259. :; 56 Triaud,.J. L., ob. cit., pág. 7.'16. 
57           I-fá autores que sugerem a ligação, controversa, entre esta dinastia, os Almorávidas de Espanha e os Sanhadja do Sul do Sahara, no final do século XI, início do século XII. 
58           Enquanto Monteil localiza essa transferência da capital no século IX (Moutcil, Vincent, ob. cit., pág. 68), Bovill apon ta para a mesma o início do século XI (Boviil, E. W, ob. cit., pág. 84). 
59           Extracto da descrição de Gao, feita por Al-Bakri em 1067 in Corncvin, Robert, "GA.o", The Encyclopaedia ar Islam, Ncw Edition , Leiden, Brill, 1991, pág. 977.  60 Idem
61  Tornou-se o primeiro soberano da segunda dinastia do Songhay. 
62  Abu Bakr (Bukar Dâ'u) segundo Hunwíck (Hunwick, J. O. - "SONCHAY', The Encyclopaedia of Islam - New Edition, Leiden, Brill, 1997, Vai. IX, pág. 729); Sonni Bâro segundo Mantrand (Mantrand, Robert, ob. cit., pág. 115). 
63  Bovill, E. W., ob. cit., pág. 9l. 
64  Triaud, J. L., ob. cit., pág. 756, 
65  Julien, Ch-Andre, ob. cit., pág. 73. 
66  Hunwick, J. O. - "SONGHAY', The Encyclopaedia of Islam, Leiden, u-m. 1997, Vol. IX , pág. 729.  67 Bovill, E. W., ob. cit., pág. 93. 
68 Em 1546, o Sultão de Marrocos, apercebendo-se do seu valor, pretende-as. » 
MONTEIRO, Fernando Amaro e ROCHA, Teresa Vásquez, A Guiné do Século XVII ao Século XIX, O Testemunho dos Manuscritos, pp. 18-30, Prefácio-Edição de Livros e Revistas, Lda., Lisboa, 2004

Ano 800 d.C.

John Trimingham lista os estados existentes no Senegal neste ano:  Sanghana (Serer), Takrur, Silla, e Galam (Soninké). 

Trimingham, John Spencer, "A history of Islam in West Africa", Oxford University Press, USA, 1970, p 234

Ano 850 d.C.

Um estado centrado em torno de Tekrur pode ter-se desenvolvido neste ano, quer por um afluxo de Fulas do leste que se estabeleceu no vale do Senegal. [3] [4] ou, de acordo com John Donnelly Fage, se formou através da interacção dos berberes do Saara e dos "povos agrícolas negros" que eram "essencialmente serer". [5]

3.          Hrbek, I. (1992). General History of Africa volume 3: Africa from the 7th to the 11th Century: Africa from the Seventh to the Eleventh Century v. 3 (Unesco General History of Africa (abridged)) . James Carey. p. 67. 4.          Creevey, Lucy (August 1996). "Islam, Women and the Role of the State in Senegal" . Journal of Religion in Africa 26 (3): 268–307. 5.          Fage, John Donnelly (1997). "Upper and Lower Guinea" . In Roland Oliver. The Cambridge History of Africa, Volume 3. Cambridge University Press.

Ano 1030 d.C.

Início do século XI: De acordo com a tradição serer, Lamane Jegan Joof fundou Tukar (parte do actual Senegal).

- 1030 : War Jabi usurpou o trono de Tekrur após uma revolução e tornou-se rei de Tekrur. 


Ano 1035 d.C.

Por esta altura, War Jabi, o revolucionário, converteu-se ao Islão e introduziu a conversão forçada dos seus súbditos, bem como a lei sharia, com a orientação dos seus aliados almorávidas, Abdallah ibn Yasin em particular. Grande parte da sua perseguição religiosa foi dirigida ao povo Serer que se recusou a submeter-se ao Islão, bem como à classe Serer Lamanic, os guardiões da religião serer e os detentores do poder económico e político (ver Perseguição dos Serers).
A partir deste ponto até 1042, os Serers de Tekrur tornaram-se alvo de perseguição e jihads pelos convertidos africanos ao Islão, como os Fula e Os Toucouleurs com os seus aliados almorávidas. Os Serers derrotaram o exército da coligação muçulmana forçando-os a procurar refúgio na Mauritânia, mas mais tarde foram finalmente subjugados e derrotados pelo poderoso exército de coligação muçulmana.
Esta era marca o êxodo dos Serers de Tekrur. Aqueles que sobreviveram às guerras e se recusaram a converter migrados para o sul para o que mais tarde ficou conhecido como os Reinos Serer de Sine, Saloum e anteriormente Baol, em vez de se converterem ao Islão. No sul, foi-lhes concedido asilo pelos seus parentes mais distantes de Serer, endossados pelo Grande Conselho de Lamanes, o mais alto tribunal do país serer. Trimingham nota que Tekrur foi o primeiro da região a adoptar o Islão, mas perdeu completamente a sua identidade Serer. War Jabi morreu em 1040 e foi sucedido pelo seu filho Leb (ou Labi), também um dos principais aliados dos Almorávidas. [9] Diz-se que o Leb terá lutado pelos Almorávidas em 1056[10] provavelmente em resultado da subjugação de Tekrur pelos Almorávidas em 1042 e de uma lei sharia bem aplicada. [11] Economicamente, o Reino de Tekrur beneficia com a introdução do Islão. Também criou laços políticos com o Norte. Muitos Fulanis/Toucouleurs faziam parte do exército almorávida que conquistou partes da Europa.
6. ^ Mwakikagile, Godfrey, "Diversidade Étnica e Integração na Gâmbia: A Terra, o Povo e a Cultura", (2010), p 241, ISBN 9987932223 Cronologia da história de Serer 
7. ^ Página, Willie F., "Enciclopédia da história e cultura africanas: reinos africanos (500 a 1500)", p209. Vol.2, Facts on File (2001), ISBN 0-8160-4472-4

8. ^ Trimingham, John Spencer, "A history of Islam in West Africa", pp 174, 176 & 234, Oxford University Press, EUA (1970)

9. ^ Página, Willie F., "Enciclopédia da história e cultura africanas: reinos africanos (500 a 1500)", p 676, Vol.2, Facts on File (2001), ISBN 0-8160-4472-4

10. ^ Niane, Djibril Tamsir, "História Geral de África: África do século XII ao século XVI", pp 119-120, UNESCO, 1984, ISBN 9231017101 [1]
11. ^ Abdur Rahman I. Doi, "Islão na Nigéria", Gaskiya Corp., 1984, p 9

Ano 1200 d.C.

No século XIII chegam a esta região da costa ocidental da África o povos nalu e landuma, na sequência do declínio do império do Gana. 

Ano 1235 d.C.

-   Mansa Jolofing (o rei serer de Jolof saqueou a caravana de ouro enviada por Sundiata Keita para a compra de cavalos em Jolof. Depois disso, Mansa Sundiata enviou o seu general e primo Tiramakhan Traore a Jolof para assassinar a Mansa Jolofing. Sundiata Keita bate Sumaoro, rei dos sossos e funda o império do Mali.

-   Chegam à Guiné os mandingas do império do Mali.

-   Morte de Sundiata Keita 


Ano 1285 d.C.

- Lamane Jaw no trono de Jolof. Durante o seu reinado, Mansa Sakoura (o Mansa do Mali Imperial) lançou uma expedição no Senegal (c. 1285), conquistou Jolof e reduziu Lamane Jaw a um mero chefe provincial.


Nnoli, Okwudiba, "Ethnic conflicts in Africa", p 241. CODESRIA, 1998.


- Sakura, antigo escravo da família real, é imperador do Mali


Ano 1312 d.C.

Reinado do Mansa (imperador) Kanku Mussa

Ano 1324 d.C.

Kanku Mussa faz uma peregrinação a Meca

Ano 1325 d.C.

O Mali conquista o Songhai


Ano 1350 d.C.

 - O Reino de Sine renomeou-se. O período Guelowar começa a partir de 1350. Maad a Sinig Maysa Wali Jaxateh Manneh elegeu o primeiro rei guelowar para governar num dos Serercountries (Reino de Sine). Nomeado e eleito pelos Serers de Sine e pelo Grande Conselho de Lamanes, cujo Conselho serviu como conselheiro jurídico durante 15 anos e deu as suas irmãs e sobrinhas em casamento. Maysa Wali governou em 1350 - 1370. Os casamentos entre os descendentes da antiga classe Serer Lamanic e as mulheres guelowar criaram as dinastias paternas serésias e a dinastia materna guelowar que durou mais de 600 anos. Alguns membros da nobreza serer opuseram-se à nomeação e eleição de Maysa Wali, em particular Lamane Pangha Yaya Sarr (muitas variações: Penga Yaye Sarr, etc.), porque Maysa Wali não tinha um pai serer nem uma mãe serer, apesar da sua assimilação na cultura Serer, longo serviço ao Grande Conselho e vindo da própria realeza. Nenhum dos descendentes de Maad a Sinig Maysa Wali governou em nenhum dos reinos serer depois dele. As crianças e descendentes dos homens servos e guelowar tornaram-se Serers com lealdade à religião Serer, ao povo Serer, aos países servos, à cultura e à língua, e todos os laços com Kaabu foram cortados. Neste período, as antigas dinastias paternas serer sobreviveram, mas a antiga dinastia materna wagadou entrou em colapso em Sine e mais tarde em Saloum, excepto em Baol e outros lugares. O período Guelowar é o último da periodização dinástica serer[14] 

A tradição oral relata que Ndiadiane Ndiaye (também chamado Bourba Jolof Njajaan Njie) fundou o Império Jolof, um império fundado por uma confederação voluntária de estados. [15] John Donnelly Fage sugere que embora datas no início do século XIII (e outros dizem que o século XII) sejam geralmente atribuídas a este rei e à fundação do império, um cenário mais provável é "que a ascensão do império estava associada ao crescimento do poder Wolof em detrimento do antigo estado sudanês de Takrur, e que este era essencialmente um desenvolvimento do século XIV". [17] Maad a Sinig Maysa Wali foi dito ser fundamental na fundação deste império, nomeando Njajaan Njie para liderar o Império Jolof e apelou para que os outros Estados se juntassem a esta condedecracia sob njajaan o que fizeram de acordo com os épicos de Njajaan e Maysa Wali.O Maad a Sinig levou assim o Reino de Sine a esta confederação. Embora o estabelecimento deste império fosse voluntário, o seu desmantelamento não era. [citação necessária] Esta era marca a deterioração do Império Mali quando começou a perder alguns dos seus antigos estados vassalos. Apesar de não ter entrado em colapso, o Mali Imperial já não era tão poderoso como antes. [18] 

14.  Para as antigas dinastias paternas Serer como as da família Joof ou Diouf e a dinastia materna Wagadou ver: Phillips, Lucie Colvin, "Historical dictionary of Senegal", Scarecrow Press, 1981, pp 52-71; Clark, Andrew F. & Philips, Lucie Colvin, "Historical Dictionary of Senegal", Second Edition (1994); & Institut fondamental d'Afrique noire. Bulletin de l'Institut fondamental d'Afrique noire, Volume 38. IFAN, 1976. pp 557-504. Para o Guelowars, ver : (French) Sarr, Alioune, "Histoire du Sine-Saloum", Introduction, bibliographie et notes par Charles Becker, BIFAN, Tome 46, Serie B, n° 3-4, 1986-1987, p 239 (p 21) - * 

14.        Diouf, Niokhobaye, "Chronique du royaume du Sine" par suivie de Notes sur les traditions orales et les sources écrites concernant le royaume du Sine par Charles Becker et Victor Martin. Bulletin de l'Ifan, Tome 34, Série B, n° 4, 1972. p706

15.    Charles, Eunice A., "Precolonial Senegal: the Jolof Kingdom, 1800-1890",African Studies Center, Boston University, 1977. pp 1-3

16.        Fage, John Donnelly (1997). "Upper and Lower Guinea" . In Roland Oliver. The Cambridge History of Africa, Volume 3. Cambridge University Press. p.484. 

18. Conrad, David C., "Empires of Medieval West Africa", p 12, Infobase Publishing, 2005






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